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Este projecto, como muitos surgiu da necessidade, num campo aberto de possibilidades dentro de uma disciplina que se comenta bastante nos dias de hoje embora permaneça pouco ou nada pesquisada. Esta é uma página que discute a Medicina Chinesa, que pretende ir um pouco mais ao fundo nas questões fundamentais e nos detalhes que dificilmente encontram concílio de opiniões. Busca-se principalmente construir uma plataforma de análise-discussão entre praticantes, interessados e tradutores, para quem (talvez) tais questões ou textos sejam de interesse discutir. Por isso e através da escolha de alguns textos clássicos da Medicina Chinesa e da sua tradução livre (Chinês-Português) que pretendemos publicar aqui mesmo neste site, buscamos assim dar início à discussão, correcção e interpretação há volta dos mesmos para que em última análise se desenvolva uma visão que contribua para uma melhor compreensão da Medicina Chinesa.

 

A transmissão do saber da Medicina Chinesa foi sobretudo passada de mestre para discípulo, através de ideias há muito registadas em manuscritos. Foi e é uma transmissão conservadora e essa capacidade de preservar o núcleo importante das ideias registradas principalmente entre o período dos Estados Combatentes (475 a.C.) e o final da Dinastia Han (220 d.C.), como é o caso do clássico Interno do Imperador Amarelo 《黄帝内经》 que determinou todo o posterior desenvolvimento da Medicina Chinesa, que embora se possa desenhar evoluções importantes no que respeita à técnica e à prática, esta é sobretudo fruto de uma reflexão no passado, composta pela minuciosa análise e discussão que promoveu o seu desenvolvimento. Uma outra razão para esta atitude conservadora, foi a preservação entre linhagens familiares ou escolares de códigos interpretativos. Desde o início que os manuscritos de medicina Chinesa (e da cultura tradicional Chinesa no geral) e o saber contido neles, era apenas confiado a um círculo restrito de pessoas (discípulos ou familiares próximos) pois as leituras codificadas (e por isso abertas à interpretação) não estavam ao alcance de qualquer pessoa. Acima de tudo era necessário cultivar a virtude, a humildade e a inteligência dos aprendizes para que o saber pudesse florir e a medicina Chinesa correctamente aplicada em prol de todos independente da sua condição social. Estes são os princípios cuja filosofia brotou do Taoismo e Confucionismo e que moldou os fundamentos básicos da medicina na China.

 

É por este caminho que pretendemos seguir, mas rompendo com a tradição restritiva da pesquisa e transmissão entre escolhidos, abrindo então a análise dos conteúdos que talvez ainda não tenham sido discutidos a partir das fontes, analisando quem as anotou e que questões levantaram, traduzindo-as então para a língua Portuguesa.

 

No que respeita ás traduções e como ideia inicial, colocaremos textos em língua Portuguesa traduzidos do Chinês simplificado (Mandarim) mas preservando a gramática clássica, sendo as interpretações e análises feitas directamente para o Português. Esperamos que com o desenvolvimento da discussão e inclusão de uma maior quantidade de conteúdos e respectivas interpretações que surja de igual modo uma discussão em Chinês dos mesmos textos tal como o sucedido em Português, para que cresçamos como uma comunidade no entendimento das fontes e por conseguinte na formulação das práticas, inclusive no sentido de desenhar uma padronização dos termos da Medicina Chinesa para o Português.

O uso total ou parcial dos termos ou textos aqui disponíveis para fins comerciais está expressamente proibida. Todo o trabalho de tradução é de divulgação pública, de incentivo à partilha de conhecimento não-comercial. Este projecto está inserido na Creative Commons; Atribuição Não-Comercial 4.0 internacional.

A divulgação pública destes textos é da única responsabilidade do Grupo de Estudos em Medicina Chinesa Clássica.  

O projecto ECTMC

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